Lição 11: Uma igreja hebreia na casa de um estrangeiro – 3º Trimestre 2025

Você já se sentiu excluído? Rejeitado por ser diferente? Há 2000 anos, um soldado romano estava prestes a descobrir que Deus não vê cor, nacionalidade ou status social. Uma visão mudaria para sempre a história da humanidade.
Esta é a história de como Deus quebrou a maior barreira da época – e como Ele ainda quebra barreiras hoje. Prepare-se para descobrir por que esta lição pode transformar sua visão sobre acepção de pessoas, evangelismo e o poder do Espírito Santo.
Quando Deus age, nenhuma barreira humana permanece de pé!
Subsídio referente a Lição 11 – 3º Trimestre 2025
INTRODUÇÃO
Imagine por um momento: você está vivendo no primeiro século, em uma sociedade onde judeus e gentios não se misturam. Onde comer na mesa de um estrangeiro é considerado pecado. Onde séculos de tradição dizem que Deus só ama um povo específico. Agora imagine Deus quebrando todas essas regras de uma só vez.
Em Atos 10, testemunhamos um dos momentos mais revolucionários da história cristã. Não é apenas sobre Pedro pregando para Cornélio – é sobre Deus se revelando que ele não veio a um povo especifico mas para todos aqueles que ouviram seu chamado.
Mas aqui está a questão que devemos enfrentar hoje: quantas barreiras nós mesmos criamos? Quantas pessoas consideramos “diferentes demais” para o evangelho? Quantas vezes nossa zona de conforto se tornou uma prisão que impede o mover de Deus?
Hoje vamos descobrir três verdades que podem revolucionar nossa forma de ver a evangelização: como Deus usa até mesmo a perseguição para expandir Seu reino, por que Cristo deve ser sempre o centro da nossa mensagem, e como a igreja tem o papel crucial de acolher e discipular os novos convertidos.
A história de Cornélio não é apenas história antiga – é a revelação de como Deus ainda age hoje!
I – A REVELAÇÃO DE DEUS AOS GENTIOS
Cornélio não era apenas um soldado – ele era um centurião romano, representante do império que oprimia os judeus. Imagine o choque: Deus escolheu justamente um “inimigo” para receber uma revelação divina.
Mas aqui está o que muitos perdem: a perseguição que espalhava os cristãos pelo mundo romano estava, na verdade, preparando o terreno para este momento. Cada cristão disperso era uma semente plantada em território gentio. A perseguição que parecia destruir a igreja estava, na verdade, expandindo-a de forma exponencial.
Vamos ser práticos: como isso se aplica hoje? Primeiro, Deus frequentemente usa nossas maiores dificuldades como trampolins para Seus maiores milagres. Aquela perseguição no trabalho por causa da sua fé? Pode ser Deus preparando você para alcançar colegas que nunca ouviriam o evangelho de outra forma.
Segundo, pare de categorizar pessoas como “impossíveis de serem salvas”. Cornélio era literalmente o último candidato na lista judaica para salvação. Se Deus pode salvar um centurião romano, Ele pode salvar seu chefe difícil, seu vizinho hostil, ou aquele familiar que zomba da sua fé.
Esta semana, ore especificamente por uma pessoa que você considera “difícil” de ser alcançada. Peça a Deus para quebrar seus próprios preconceitos e mostrar oportunidades de testemunho. Lembre-se: as maiores conversões da história aconteceram com pessoas que pareciam impossíveis.
Deus não consulta nossos preconceitos antes de salvar alguém!
II – A SALVAÇÃO DOS GENTIOS
Quando Pedro finalmente chegou à casa de Cornélio, ele não fez um discurso político ou filosófico. Sua mensagem tinha um centro gravitacional: Jesus Cristo. Mas observe algo fascinante: Pedro teve que desaprender antes de poder ensinar. A visão do lençol não era sobre comida – era sobre pessoas. Deus estava desconstruindo séculos de condicionamento religioso na mente de Pedro.
Aqui está nossa lição crucial: a centralidade de Cristo na evangelização não é apenas sobre o que falamos, mas sobre como vemos as pessoas. Pedro descobriu que Deus não faz acepção de pessoas, e isso mudou completamente sua abordagem evangelística.
Na prática, isso significa três coisas. Primeiro, sua mensagem deve sempre apontar para Cristo, não para sua denominação, seus métodos ou suas experiências pessoais. Cristo salva, não nossa eloquência. Segundo, antes de evangelizar, examine seus próprios “lençóis” – que preconceitos Deus precisa quebrar em você? Que grupos de pessoas você evita inconscientemente?
Terceiro, prepare-se para sair da zona de conforto. Pedro teve que atravessar barreiras culturais enormes. Evangelização efetiva sempre exige que deixemos nosso território familiar. Isso pode significar aprender sobre outras culturas, frequentar ambientes diferentes, ou simplesmente conversar com pessoas que pensam diferente de você.
Mas atenção: isso não significa aceitar práticas incorretas ou compactuar com o pecado. Devemos ter muito cuidado com isso. O que aprendemos é o que Paulo declarou: ‘E como ouvirão, se não há quem pregue?’ (Rm 10:14). Nosso chamado é anunciar Cristo, sem negociar os valores do Reino.”
Identifique um grupo de pessoas ou ambiente que você evita, mas onde há oportunidades de testemunho. Peça a Deus coragem para dar o primeiro passo, assim como Pedro fez.
Lembre-se: Cristo é a ponte que conecta todos os mundos.
Cristo não é apenas o centro da mensagem – Ele é o centro que quebra todas as barreiras!
III – A SALVAÇÃO DOS GENTIOS
Quando Pedro ainda estava pregando na casa de Cornélio, algo extraordinário aconteceu: “caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra” (Atos 10:44). Isso surpreendeu a todos, inclusive os judeus que vieram com Pedro, porque o mesmo sinal que eles tinham experimentado no Pentecostes agora estava sobre os gentios. Foi a confirmação de que o evangelho não conhece fronteiras e que o Espírito Santo não faz distinção de pessoas.
Aqui está uma lição poderosa: Deus não derrama o seu Espírito porque alguém é digno, mas porque Jesus Cristo já pagou o preço por todos. A descida do Espírito sobre os gentios foi uma declaração pública do céu: “Eles também pertencem à minha família”.
Mas precisamos ir além. O derramamento do Espírito não foi o fim da história, foi o começo de uma nova caminhada.
Aqui está algo que muitas igrejas perdem: a história não termina com a conversão de Cornélio. O versículo 48 nos diz que “rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias.” Eles entenderam algo que precisamos reaprender: conversão é o início, não o fim. O Espírito Santo desceu sobre eles, mas eles ainda precisavam de discipulado, comunhão e crescimento.
Vamos ser honestos: quantas pessoas “ganhamos para Cristo” e depois abandonamos? Quantos Cornélios modernos estão perdidos porque ninguém ficou “alguns dias” para discipulá-los? Estatísticas mostram que a maioria dos novos convertidos abandona a fé nos primeiros dois anos por falta de acompanhamento adequado.
Lembre-se: Pedro não apenas pregou e foi embora. Ele investiu tempo, criou relacionamento, estabeleceu fundamentos. O resultado? Uma igreja gentílica sólida que mudaria o curso da história.
Portanto, evangelizar não é apenas anunciar as boas-novas, mas caminhar com os novos irmãos e irmãs, ajudando-os a crescer no Espírito. O mesmo Espírito que foi derramado sobre Cornélio quer encher cada novo convertido hoje — e Ele nos chama a sermos instrumentos de discipulado e cuidado.
Conversão é o nascimento; discipulado é o crescimento – ambos são essenciais!
CONCLUSÃO
Chegamos ao fim desta jornada pela casa de Cornélio, mas a pergunta que fica é: e agora? A história de Atos 10 é um espelho que reflete nossas próprias limitações. É um chamado para que sejamos a igreja que Deus sempre quis: que a salvação é para todo aquele que Nele crê, ou seja, cristocêntrica e comprometida com o crescimento dos novos convertidos.
Talvez você seja como Pedro – cheio de boas intenções, mas limitado por paradigmas que precisam ser quebrados. Ou talvez você seja como Cornélio – buscando a Deus sinceramente, mas ainda precisando ouvir a mensagem completa da salvação.
Independente de onde você esteja, três verdades devem marcar sua jornada daqui para frente. Primeira: Deus pode usar qualquer circunstância – até mesmo as mais difíceis – para expandir Seu reino. Suas lutas podem ser as pontes que Deus usará para alcançar outros.
Segunda: Cristo deve ser sempre o centro da sua mensagem e motivação. Não suas experiências, não sua denominação, não seus métodos – mas Cristo. Terceira: Evangelização sem discipulado é missão incompleta. Cada pessoa que você alcança precisa ser acolhida, amada e desenvolvida na fé.
O mesmo Espírito que desceu sobre a casa de Cornélio está disponível hoje. As mesmas barreiras que Deus quebrou naquele dia, Ele pode quebrar agora. A mesma transformação que aconteceu em Cesareia pode acontecer na sua cidade, na sua família, no seu trabalho.
A pergunta não é se Deus ainda age assim. A pergunta é: você está disposto a ser o Pedro da sua geração? Você está pronto para atravessar suas próprias barreiras e levar Cristo a quem Ele enviar?
O mesmo Espírito que foi derramado sobre Cornélio quer encher cada novo convertido hoje, e Ele nos chama a sermos instrumentos de discipulado e cuidado.
Amém!






