Lição 10: A expansão da Igreja – 3º Trimestre 2025

E se a maior ameaça à igreja se tornasse sua maior oportunidade? Quando a perseguição explodiu em Jerusalém, os primeiros cristãos foram forçados a fugir.
Mas o que parecia uma tragédia se transformou no maior movimento de expansão do Evangelho da história.
Descubra como Deus usa as circunstâncias mais adversas para cumprir Seus propósitos e como sua igreja hoje pode crescer além das quatro paredes. Uma igreja que se arrisca é uma igreja que conquista territórios para Cristo!
Subsídio referente a Lição 10 – 3º Trimestre 2025
INTRODUÇÃO
A história começa em Jerusalém, onde a igreja estava florescendo, mas geograficamente estagnada. Os crentes desfrutavam da comunhão, do ensino dos apóstolos e do crescimento numérico, mas algo crucial estava faltando: o cumprimento da ordem de Jesus em Atos 1:8 para serem testemunhas “em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra.”
O plano divino para a expansão do Evangelho parecia estar em espera. Os discípulos permaneciam concentrados na cidade santa, talvez por conforto, medo ou simplesmente por não saberem como proceder.
Foi então que um evento trágico mudou tudo: o martírio de Estêvão, o primeiro diácono a dar sua vida pela fé. Este evento desencadeou uma violenta perseguição liderada por Saulo de Tarso, que “assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão” (Atos 8:3).
O que os discípulos não fizeram voluntariamente, agora fariam sob pressão. A perseguição se tornou o catalisador para o cumprimento da Grande Comissão. Como grãos de trigo espalhados pelo vento, os cristãos foram dispersos pela Judeia e Samaria, levando consigo a semente do Evangelho.
Esta narrativa nos revela um princípio divino surpreendente: às vezes, Deus permite que sejamos desconfortáveis para que possamos ser obedientes. O conforto pode ser o maior inimigo da missão.
Quando Deus quer expandir Sua igreja, Ele não busca cristãos confortáveis, mas discípulos comprometidos que transformam perseguição em proclamação!
I – A IGREJA DIANTE DA PERSEGUIÇÃO
A perseguição em Jerusalém não foi apenas um evento isolado, mas um momento decisivo no plano divino. Atos 8:1 registra que “todos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos.”
Esta dispersão forçada cumpriu exatamente o que Jesus havia ordenado em . O que os discípulos não fizeram voluntariamente, acabaram fazendo sob pressão. A perseguição tornou-se o veículo para o avanço do Evangelho.
Historicamente, este padrão se repetiu inúmeras vezes. No século II, Tertuliano escreveu: “O sangue dos mártires é semente da Igreja.” Na China do século XX, quando missionários foram expulsos e igrejas fechadas, o cristianismo cresceu exponencialmente sob perseguição.
O que torna esta realidade ainda mais impressionante é a atitude dos crentes dispersos. Eles não fugiram como vítimas derrotadas, mas como embaixadores determinados. Atos 8:4 diz: “os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra.”
Observe que a igreja não se fragmentou sob pressão. Os apóstolos permaneceram em Jerusalém, mantendo a liderança central, enquanto os crentes dispersos mantiveram sua identidade e missão. A unidade não depende da proximidade geográfica, mas da fidelidade à mesma mensagem e missão.
Quando enfrentamos oposição em nossa vida cristã, seja no trabalho, na família ou na sociedade, podemos escolher ver isso não como um obstáculo, mas como uma oportunidade divina para espalhar o Evangelho em novos territórios.
Pergunte-se: “Como posso usar esta dificuldade para expandir o Reino de Deus?”
A perseguição não silenciou a igreja – ela lhe deu um megafone para alcançar o mundo!
A perseguição não enterrou a igreja – plantou-a em solo fértil onde multiplicou trinta, sessenta e cem vezes mais!
II – A IGREJA QUE EVANGELIZA
O sucesso da evangelização na igreja primitiva não estava em técnicas inovadoras ou recursos abundantes, mas em seu foco inabalável em dois elementos essenciais: a Palavra de Deus e a pessoa de Jesus Cristo.
Atos 8:4-5 revela este padrão com clareza cristalina: “os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra. E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo.”
Filipe, um dos sete diáconos escolhidos em Atos 6, não era um apóstolo, mas um crente “cheio do Espírito e de sabedoria” que entendeu o poder transformador da mensagem centrada em Cristo. Em Samaria – território historicamente hostil aos judeus devido a séculos de animosidade mútua – ele não diluiu a mensagem nem a adaptou para torná-la mais aceitável culturalmente.
O texto especifica em Atos 8:12 que Filipe pregava “acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo.” Esta dupla ênfase é significativa:
- O Reino de Deus – apresentando uma nova realidade e autoridade divina
- O nome de Jesus Cristo – enfatizando a pessoa e obra do Messias
Os resultados foram extraordinários. As multidões “unanimemente prestavam atenção” (v.6), muitos foram libertos de espíritos imundos, paralíticos e coxos foram curados (v.7), e “havia grande alegria naquela cidade” (v.8). A transformação foi tão profunda que até mesmo Simão, o mágico que dominava espiritualmente a região, ficou “atônito” com o poder demonstrado (v.13).
Contexto histórico importante: A evangelização de Samaria representou a derrubada de uma barreira étnica e religiosa que existia há séculos. Jesus havia preparado o caminho em João 4 com a mulher samaritana, e agora Filipe colhia os frutos daquela semeadura inicial, demonstrando que o Evangelho transcende divisões históricas.
Aplicação prática: Em nossa comunicação do Evangelho hoje, somos frequentemente tentados a minimizar Cristo e adaptar a mensagem para torná-la mais atraente. Examine sua própria abordagem evangelística: Você está realmente pregando Cristo crucificado e ressurreto, ou está oferecendo apenas benefícios secundários do Evangelho? Mantenha Cristo no centro de sua mensagem, e você verá o mesmo poder transformador em ação.
Quando a mensagem é Cristo, o mensageiro não precisa de truques – apenas de fidelidade à verdade que liberta!
III – A IGREJA QUE DÁ SUPORTE À EVANGELIZAÇÃO
A evangelização sem discipulado é como dar à luz sem criar os filhos. A igreja primitiva entendeu que sua responsabilidade não terminava com a conversão, mas incluía o acompanhamento contínuo dos novos crentes.
Quando os apóstolos em Jerusalém souberam do avivamento em Samaria, eles não apenas celebraram à distância – eles enviaram Pedro e João para completar o trabalho iniciado por Filipe (Atos 8:14).
Esta resposta revela um princípio fundamental: o discipulado não é opcional, mas essencial para a saúde e maturidade da igreja. Os novos convertidos precisam de acompanhamento, ensino e integração na comunidade de fé.
O texto bíblico revela uma sequência intencional no processo de discipulado:
- Primeiro, os samaritanos “creram” na mensagem de Filipe – a conversão intelectual e espiritual
- Em seguida, “se batizaram” (v.12) – o testemunho público de sua nova identidade
- Finalmente, receberam o Espírito Santo através da ministração dos apóstolos (v.15-17) – a capacitação para o serviço
Este padrão tríplice nos ensina que o discipulado completo abrange a pessoa inteira: mente (compreensão do Evangelho), vontade (decisão de seguir a Cristo) e espírito (capacitação pelo Espírito Santo).
Um detalhe fascinante é que Pedro e João, apóstolos judeus, impuseram as mãos sobre os samaritanos – um ato de identificação e aceitação que teria sido impensável antes de Cristo. Este gesto simbolizou a unidade da igreja além das barreiras étnicas e culturais.
Como igreja hoje, precisamos desenvolver sistemas intencionais de acompanhamento para novos convertidos. Isso inclui:
- Mentoria pessoal – conectando novos crentes com cristãos maduros
- Ensino sistemático – fornecendo fundamentos bíblicos sólidos
- Integração comunitária – incluindo-os na vida da igreja
- Capacitação espiritual – ajudando-os a descobrir e usar seus dons
Pergunte-se: “Como posso contribuir para o discipulado de um novo crente?” Identifique alguém que você possa acompanhar em sua jornada de fé.
Uma igreja que evangeliza sem discipular não está construindo o Reino – está apenas criando admiradores de Jesus em vez de autênticos seguidores!
CONCLUSÃO
A história da igreja primitiva nos desafia a repensar nossa compreensão do crescimento da igreja e de como Deus opera em circunstâncias adversas. O que vemos em Atos não é uma expansão confortável e planejada, mas uma dispersão dolorosa que Deus transformou em oportunidade.
Três princípios transformadores emergem desta narrativa:
Primeiro, as adversidades são frequentemente instrumentos divinos para o avanço do Reino. A perseguição que parecia destruir a igreja acabou espalhando-a. Quando enfrentamos oposição hoje, podemos nos perguntar: “O que Deus está tentando realizar através desta dificuldade?”
Segundo, a mensagem centrada em Cristo e na Palavra é insubstituível. Filipe não tinha recursos materiais impressionantes, mas tinha a mensagem mais poderosa do universo. Nossa eficácia não depende de nossas estratégias sofisticadas, mas da fidelidade à mensagem de Cristo.
Terceiro, o discipulado completo exige intencionalidade e comunidade. Os novos convertidos precisam não apenas de informação, mas de formação espiritual que só acontece no contexto de relacionamentos significativos e da capacitação pelo Espírito Santo.
A igreja que se expande é aquela que está disposta a sair de sua zona de conforto, atravessar fronteiras culturais, enfrentar perseguição se necessário, e investir profundamente no discipulado de novos crentes.
O desafio para nós hoje é claro: Seremos uma igreja que permanece dentro de suas paredes, esperando que o mundo venha até nós? Ou seremos uma igreja que se arrisca, que vai além de seus limites confortáveis para alcançar aqueles que Cristo ama?
Uma igreja que não se arrisca por Cristo já começou a morrer; uma igreja que se arrisca descobre que além do conforto está o milagre da multiplicação!
Amém!
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