Lição 09: Uma Igreja que se arrisca – 3º Trimestre 2025

Lição 09: Uma Igreja que se arrisca – 3º Trimestre 2025
Spread the love

Você já se perguntou até onde iria por aquilo que acredita? Estêvão enfrentou a morte por sua fé, mas seu sacrifício mudou o curso da história cristã.

Neste vídeo, vamos descobrir como uma igreja que se arrisca pode transformar o mundo, mesmo diante da maior oposição.

Sua fé está pronta para sair da zona de conforto?

Assista até o final e descubra como defender o que você acredita com coragem e sabedoria.
Compartilhe este vídeo com alguém que precisa ser fortalecido na fé hoje!

INTRODUÇÃO

Imagine estar em um tribunal, cercado por pessoas furiosas, prontas para condená-lo apenas por causa da sua fé. Este foi o cenário enfrentado por Estêvão, um homem extraordinário que nos ensina o que significa viver uma fé autêntica em tempos de hostilidade.

Estêvão não era apenas um dos sete diáconos escolhidos na igreja primitiva, que vimos na lição passada. Ele era um homem “cheio de fé e de poder”, alguém que realizava “prodígios e grandes sinais entre o povo”.

Sua vida marcou um ponto de virada na história da igreja cristã – o momento em que o evangelho começou a romper as fronteiras de Jerusalém para alcançar o mundo.

O que torna a história de Estêvão tão relevante para nós hoje? Em um mundo onde o cristianismo é cada vez mais questionado e marginalizado, Estêvão nos mostra como permanecer firmes quando nossa fé é contestada, como defender nossas convicções com sabedoria e como perseverar até o fim, mesmo quando isso custa tudo.

A história de Estêvão não é apenas sobre martírio – é sobre uma fé que se arrisca, que sai da zona de conforto e que está disposta a enfrentar a oposição por amor à verdade. É sobre uma igreja que não se conforma com os limites impostos pelo mundo, mas que avança corajosamente com a mensagem transformadora de Cristo.

Uma fé que não se arrisca é uma fé que nunca crescerá.

I – Estêvão e a Igreja que tem sua fé contestada

A história de Estêvão começa com um confronto. Enquanto ele ministrava com poder, um grupo de judeus helenistas se levantou contra ele. O texto usa a palavra grega “anistemi” – o mesmo termo usado para descrever as falsas testemunhas que se levantaram contra Jesus. Não é coincidência. O padrão se repete: assim como Cristo foi atacado, seus seguidores também seriam.

Por que Estêvão enfrentou tanta oposição? O texto nos dá uma pista: ele estava fazendo “prodígios e grandes sinais entre o povo”. Seu ministério estava esvaziando as sinagogas! As pessoas estavam sendo atraídas por um evangelho demonstrado com poder, e isso despertou inveja e hostilidade nos líderes religiosos.

Observe que não foi uma simples discussão. A palavra grega “suzéteó” indica um debate intenso, uma tentativa deliberada de desafiar e desacreditar as convicções de Estêvão. Eles não estavam apenas discordando – estavam tentando impor sua visão de mundo, sua narrativa.

E quando não conseguiram vencê-lo no debate – “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava” – recorreram a táticas desonestas: subornaram testemunhas, distorceram suas palavras, criaram falsas acusações. “Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei”, diziam. Mas eram mentiras calculadas para incitar a multidão.

Esta estratégia não é nova. Desde os tempos de Jesus, falsas narrativas têm sido usadas contra a igreja. Cristo foi acusado de enganar o povo. Após sua ressurreição, disseram que seu corpo havia sido roubado. Paulo foi acusado de pregar contra César e de introduzir “deuses estranhos”.

Hoje, as táticas são as mesmas. A igreja enfrenta narrativas que tentam desacreditá-la: que somos intolerantes, antiquados, irrelevantes. Que nossa fé é uma muleta psicológica. Que a Bíblia está cheia de contradições. Que o cristianismo é opressivo.

Como Estêvão, precisamos estar preparados para ter nossa fé contestada. Não podemos nos surpreender quando o mundo se opõe à mensagem do evangelho. Jesus já nos advertiu: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim” (João 15:18).

Mas observe a reação de Estêvão: mesmo sob ataque, seu rosto brilhava “como o rosto de um anjo” (Atos 6:15). Ele não respondeu com amargura ou medo, mas com uma serenidade sobrenatural que só pode vir do Espírito Santo.

Quando sua fé é contestada, não é seu argumento que convence, mas a luz de Cristo que brilha através de você.

II – Estêvão e a Igreja que defende sua fé

Quando Estêvão se levantou diante do Sinédrio, ele não estava apenas lutando por sua vida – estava defendendo a verdade do evangelho. Seu discurso, registrado em Atos 7, é uma obra-prima de apologética cristã que nos ensina como defender nossa fé com sabedoria e coragem.

Em vez de simplesmente negar as acusações, Estêvão fez algo surpreendente: ele contou uma história. Mas não qualquer história – a história do próprio povo de Israel. Começando com Abraão e percorrendo os grandes momentos da jornada de fé dos judeus, Estêvão mostrou que compreendia profundamente as Escrituras que seus acusadores alegavam defender.

Esta abordagem nos ensina algo fundamental sobre a defesa da fé: ela começa encontrando um terreno comum. Estêvão não atacou seus oponentes; ele começou com o que eles valorizavam – sua própria história sagrada. Ele demonstrou respeito pelo patrimônio espiritual deles antes de desafiá-los.

Mas observe como Estêvão reinterpreta essa história familiar. Em cada episódio que narra – seja a chamada de Abraão, a venda de José pelos irmãos, ou a rejeição inicial de Moisés – ele tece um padrão consistente: Deus sempre operou fora das estruturas religiosas estabelecidas, e Seu povo frequentemente rejeitou os mensageiros que Ele enviou.

“Qual dos profetas vossos pais não perseguiram?”, pergunta Estêvão. “Eles mataram aqueles que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e homicidas” (Atos 7:52).

Esta é uma defesa brilhante porque transforma a acusação. Não é Estêvão quem está traindo a fé de Israel – são seus acusadores que estão repetindo o mesmo erro histórico de rejeitar o mensageiro de Deus. Ele não está negando a lei de Moisés – está mostrando seu verdadeiro cumprimento em Cristo.

Há uma lição poderosa aqui para a igreja contemporânea. Quando defendemos nossa fé hoje, não precisamos abandonar a razão ou a história. O cristianismo não teme o escrutínio intelectual honesto. Como Estêvão, podemos usar a própria história e lógica para mostrar a coerência e a verdade do evangelho.

Mas note também que a defesa de Estêvão não era apenas intelectual – era espiritual. O texto nos diz que ele estava “cheio do Espírito Santo” (Atos 7:55). Sua sabedoria não vinha apenas do estudo, mas de uma profunda conexão com Deus. Ele não defendia apenas ideias – defendia um relacionamento vivo com Cristo.

Infelizmente, mesmo a defesa mais eloquente não pode convencer corações endurecidos. “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo”, declarou Estêvão (Atos 7:51). Esta é uma verdade dolorosa que todo defensor da fé deve aceitar: alguns escolherão não crer, independentemente das evidências apresentadas.

A reação dos ouvintes de Estêvão é reveladora: “Ouvindo eles isto, enfureciam-se em seu coração e rangiam os dentes contra ele” (Atos 7:54). Quando faltam argumentos, a raiva frequentemente toma o lugar da razão. Quando a verdade incomoda profundamente, a violência pode se tornar a resposta daqueles que se recusam a ouvir.

Isso nos lembra que a defesa da fé cristã nunca é apenas um exercício acadêmico – é um confronto espiritual que pode custar tudo. Estêvão não estava apenas defendendo ideias teológicas; ele estava expondo a rebelião do coração humano contra Deus, e isso o levou ao martírio.

Para a igreja hoje, o exemplo de Estêvão é um chamado à coragem intelectual e espiritual. Em uma era de relativismo, onde a própria ideia de verdade absoluta é questionada, somos chamados a defender nossa fé com conhecimento, sabedoria e convicção. Não podemos nos dar ao luxo de ter uma fé superficial ou mal informada.

Mas também devemos lembrar que nossa defesa deve sempre apontar para Cristo. O objetivo não é vencer debates, mas revelar Jesus. Estêvão concluiu sua defesa não com um argumento, mas com uma visão: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus” (Atos 7:56). No final, é o encontro com Cristo vivo que transforma vidas, não apenas argumentos convincentes.

A verdadeira defesa da fé não termina com um argumento vencido, mas com um Salvador revelado.

III – Estêvão e o Martírio da Igreja

Quando Estêvão levantou os olhos para o céu em seus momentos finais, algo extraordinário aconteceu. Em meio à fúria de seus acusadores, ele viu além do ódio terreno e contemplou a glória celestial: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus” (Atos 7:56).

Este momento revela o segredo da coragem de Estêvão. Enquanto seus inimigos viam apenas um homem para silenciar, ele via Cristo glorificado.
Enquanto eles pensavam estar vencendo, ele contemplava a vitória já conquistada na cruz.
Esta visão transformou seu martírio de uma derrota aparente em um testemunho triunfante.

O que é notável é que Jesus estava “em pé” à direita de Deus. Normalmente, as Escrituras descrevem Cristo como estando “sentado” à destra do Pai, posição de autoridade e obra completa. Mas aqui, Jesus está de pé – como se tivesse se levantado para receber seu fiel servo ou para testemunhar em seu favor. Que conforto saber que nos momentos mais sombrios de nossa fé, Cristo não é um observador distante, mas se levanta em solidariedade conosco!

As últimas palavras de Estêvão ecoam as de seu Mestre na cruz: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (Atos 7:60). Mesmo enfrentando uma morte violenta e injusta, ele respondeu não com ódio, mas com perdão. Este é o paradoxo do martírio cristão – no momento de maior fraqueza física, demonstra-se a maior força espiritual.

O texto diz que após pronunciar essas palavras, Estêvão “adormeceu”. Que bela descrição para a morte de um crente! Não um fim, mas um descanso temporário, aguardando o glorioso despertar da ressurreição.

O martírio de Estêvão nos lembra que seguir a Cristo pode custar tudo. Mas também nos assegura que nenhum sacrifício feito por amor ao evangelho é em vão. Sua morte catalisou a dispersão dos crentes para além de Jerusalém, espalhando o evangelho conforme a promessa de Jesus em Atos 1:8.

E entre os que testemunharam sua morte estava um jovem chamado Saulo, que mais tarde se tornaria o apóstolo Paulo. Quem poderia imaginar que o sangue de Estêvão estaria regando o solo onde cresceria o maior missionário da igreja primitiva?

No reino de Deus, o martírio nunca é uma derrota – é uma semente plantada que produzirá frutos que nem podemos imaginar.

CONCLUSÃO

Com a história de Estêvão, um homem “cheio de fé e do Espírito Santo”, vemos o retrato de uma igreja que não se contenta com a mediocridade espiritual ou com um cristianismo de conveniência.

Estêvão nos mostra que a fé autêntica sempre enfrentará oposição. Em um mundo que cada vez mais rejeita os valores cristãos, não devemos nos surpreender quando nossa fé for contestada ou quando falsas narrativas forem criadas para desacreditar o evangelho. Como Estêvão, somos chamados a permanecer firmes, com rostos que refletem a paz e a graça de Cristo mesmo sob pressão.

Também aprendemos com ele a importância de conhecer profundamente nossa fé e estar preparados para defendê-la. Não com arrogância ou agressividade, mas com sabedoria, conhecimento e dependência do Espírito Santo. Em uma era de desinformação e relativismo, precisamos mais do que nunca de cristãos que, como Estêvão, conheçam as Escrituras e saibam aplicá-las com discernimento.

Por fim, o martírio de Estêvão nos lembra que seguir a Cristo pode exigir sacrifícios. Talvez não sejamos chamados a dar nossa vida física, mas somos chamados a morrer para nós mesmos diariamente, a arriscar reputação, conforto e segurança pelo avanço do Reino.

O que teria acontecido se Estêvão tivesse escolhido o caminho mais seguro? Se tivesse silenciado sua fé para proteger sua vida? A igreja primitiva teria perdido não apenas um testemunho poderoso, mas também o catalisador que a impulsionou para além de Jerusalém.

Da mesma forma, o que acontecerá se escolhermos a segurança em vez do risco? Se preferirmos o conforto ao invés do chamado? Se nos contentarmos com uma fé que nunca incomoda ninguém?

A igreja que impacta o mundo não é aquela que se esconde, mas aquela que, como Estêvão, se arrisca. Que possamos, inspirados por seu exemplo, ser uma igreja que não teme os desafios, que defende a verdade com amor e que está disposta a pagar o preço para ver o evangelho avançar até os confins da terra.

Uma igreja que não se arrisca por Cristo é uma igreja que já começou a morrer.

Amém!

LEIA TAMBÉM

Ozeias Silva

Amo Deus acima de tudo e estou apaixonado por compartilhar Sua Palavra e pregar a Verdade. Como professor na EBD, presbítero e líder dos jovens na Assembleia de Deus Min Belém, em Araraquara, estou comprometido em ajudar os outros a crescerem em sua fé.