Queridos irmãos, nossa jornada hoje nos levou a uma verdade fundamental da fé cristã. Como um diamante precioso, a pessoa de Jesus Cristo brilha com múltiplas faces, revelando sua perfeita divindade e humanidade.
Através dos séculos, a Igreja tem lutado para preservar esta verdade preciosa. Os Concílios de Niceia, Constantinopla e Calcedônia não foram apenas eventos históricos distantes – foram momentos cruciais onde a verdade prevaleceu sobre o erro.
Pare um momento e pense:
– Que Jesus você tem adorado?
– O Jesus bíblico ou uma versão incompleta dele?
– Como esta verdade afeta sua vida prática de fé?
Três Verdades Fundamentais para Levar Consigo:
1. Jesus é Perfeitamente Divino
“Ele não deixou de ser Deus nem por um momento – do presépio à cruz, da ressurreição à glória.”
2. Jesus é Perfeitamente Humano
“Ele conhece suas lutas, sentiu suas dores,
enfrentou suas tentações – mas sem pecado.”
3. Jesus é Perfeitamente Unido
“Não há conflito entre suas naturezas – há harmonia perfeita em sua pessoa.”
Conhecer o verdadeiro Jesus não é opcional – é a diferença entre adoração autêntica e idolatria sutil.
Como podemos responder a esta verdade?
1. Com Humildade
– Reconhecendo que o mistério de Cristo é maior que nossa compreensão
2. Com Vigilância
– Estando atentos a doutrinas que distorcem quem Jesus é
3. Com Adoração
– Respondendo com louvor à maravilhosa verdade de quem Cristo é
Em Jesus, o céu tocou a terra sem deixar de ser céu, e a terra foi elevada ao céu sem deixar de ser terra. Esta é a glória do nosso Salvador – totalmente Deus, totalmente homem, totalmente por nós.
Lembre-se, ore pedindo a Deus que ajuda-nos a conhece-lo como verdadeiramente Ele é. Para que possamos adora-lo em espírito e em verdade, que possamos reconher totalmente o Filho, tanto tua divindade gloriosa quanto tua humanidade perfeita. Peça ao Pai, em nome do Filho, por intermédio do Espirito Santo. Amém.
As antigas heresias são como vírus que mutam – podem parecer diferentes, mas continuam igualmente perigosos. Hoje, vamos identificar como esses erros antigos ainda ameaçam nossa fé.
1. Os Monofisitas Modernos
Você sabia que existem milhões de cristãos que ainda seguem o monofisismo? As igrejas ortodoxas cóptica, armênia, abissínia e jacobita mantêm essa tradição. Mas o perigo vai além dessas denominações históricas.
Quando misturamos as naturezas de Cristo, perdemos tanto o Deus que nos salva quanto o homem que nos entende.
2. O Perigo do Kenoticismo
Talvez você já tenha ouvido alguém dizer: “Jesus deixou de ser Deus quando veio à Terra”. Esta é a heresia kenótica moderna. Baseando-se em uma má interpretação de Filipenses 2:7, afirmam que Jesus “esvaziou-se” de sua divindade.
Seria como dizer que um rei que escolhe viver como um servo deixa de ser rei. Jesus não abandonou sua divindade – Ele escolheu não usar todos os seus privilégios divinos, mas continuou sendo plenamente Deus.
Jesus não diminuiu sua divindade para se tornar humano – Ele adicionou humanidade à sua divindade.
3. A Armadilha da Mariolatria
O título “Mãe de Deus” dado a Maria, que tanto preocupou Nestório, acabou levando a um problema ainda maior: a adoração de Maria. É um lembrete de como pequenos desvios doutrinários podem resultar em grandes erros práticos.
Agora vamos para nossa prática:
Como nos proteger dessas heresias modernas?
a) Estude a Palavra
– Conheça bem quem é Jesus segundo as Escrituras
– Não se baseie apenas em sentimentos ou tradições
b) Mantenha o Equilíbrio
– Jesus é 100% Deus e 100% homem
– Não diminua nem sua divindade nem sua humanidade
c) Examine os Ensinos
– Compare tudo com a Bíblia
– Lembre-se: popularidade não é garantia de verdade
“A verdade sobre Jesus não precisa ser simplificada – precisa ser adorada em sua gloriosa complexidade.”
Como disse C.S. Lewis: ‘O Filho de Deus se tornou homem para capacitar os homens a se tornarem filhos de Deus.’ Apenas o Jesus verdadeiro – plenamente Deus e plenamente homem – pode realizar esta obra maravilhosa em nós.
Examine sua própria visão de Jesus. Você O vê como a Bíblia O apresenta, ou criou uma versão mais ‘conveniente’ dEle? A resposta a esta pergunta pode ser a diferença entre uma fé autêntica e uma fé distorcida.
Já parou para pensar como uma pequena distorção da verdade pode levar a grandes erros? É como uma bússola levemente desregulada – quanto mais você avança, mais se desvia do caminho correto.
No século V, a Igreja enfrentou dois desvios perigosos sobre quem Jesus realmente é. Esses desvios não ficaram no passado – eles ainda influenciam muitos hoje.
1. O Erro de Nestório
Imagine um homem bem-intencionado, preocupado com a verdade. Este era Nestório, bispo de Constantinopla. Ele se opôs ao título ‘mãe de Deus’ dado a Maria, sugerindo ‘mãe de Cristo’. Até aqui, tudo bem. Mas sua explicação acabou sugerindo que Jesus tinha duas pessoas distintas – uma humana e outra divina.
Imagine uma pessoa dirigindo um carro. No pensamento nestoriano, seria como dizer que existem duas pessoas independentes: o motorista e o carro, cada um separado, apenas cooperando entre si. Isso é errado porque em Jesus não há duas pessoas separadas, mas uma única pessoa.
Um Jesus dividido não pode ser nosso Salvador – precisamos dEle inteiro, não em pedaços.
2. A Confusão do Monofisismo
Do outro lado do espectro, Êutico propôs que as naturezas de Jesus se misturaram, criando uma espécie de ‘terceira natureza’.
Pense em um suco de laranja e um suco de uva. Quando você os mistura, cria uma nova bebida que não é mais nem laranja nem uva – perdeu as características originais. O Monofisismo erroneamente ensina que as naturezas de Jesus se misturaram assim, criando algo que não é nem totalmente divino nem totalmente humano.
Jesus não é uma mistura confusa do divino com o humano – Ele é perfeitamente ambos!
3. A Resposta da Igreja
O Concílio de Calcedônia (451) respondeu a estas heresias com uma declaração clara: Jesus é uma pessoa com duas naturezas distintas, unidas sem confusão, sem mudança, sem divisão e sem separação.
Por que isso importa hoje?
– Se Jesus não é totalmente Deus, não pode nos salvar
– Se não é totalmente homem, não pode nos representar
– Se suas naturezas estão misturadas, perdemos tanto o Deus quanto o homem
Cada tentativa de simplificar o mistério de Cristo acaba por diminuir a grandeza de nossa salvação.
Imagine segurar em suas mãos duas fotografias de Jesus: em uma, você O vê acalmando a tempestade com uma palavra; em outra, O encontra exausto, dormindo no barco. Em uma foto Ele ressuscita Lázaro; em outra, chora diante do túmulo do amigo. Como entender este mistério?
Vamos explorar três aspectos fundamentais que a Bíblia nos revela sobre Jesus:
1. Jesus: Verdadeiramente Humano
“Descendência de Davi segundo a carne” – estas palavras de Romanos 1:3 nos mostram um Jesus real, tangível. Ele não é um fantasma ou uma aparição – é filho de Maria, nascido em Belém, com uma genealogia traçável até Davi.
Nosso Salvador não apenas entende nossas lutas – Ele as viveu em nossa própria carne.
2. Jesus: Verdadeiramente Divino
Paulo afirma: “declarado Filho de Deus em poder”. Não se trata de uma promoção divina – é o reconhecimento de quem Ele sempre foi. Em Romanos 9:5, o apóstolo é ainda mais direto: Jesus é “Deus bendito eternamente”.
Aqui nos vemos que “O bebê no presépio era o mesmo que sustentava as estrelas no céu.”
3. A União Perfeita
Em Filipenses 2:5-6, encontramos um antigo hino que os primeiros cristãos cantavam, revelando uma verdade profunda: Jesus, sendo em forma de Deus, não considerou isso algo a que se apegar, mas esvaziou-se a si mesmo.
Isso não significa que Ele deixou de ser Deus – a palavra grega ‘morphē’ (forma) indica sua essência imutável. Em vez disso, Ele escolheu não usar todas as suas prerrogativas divinas durante seu ministério terreno.
Por que em Jesus, o infinito se fez finito sem deixar de ser infinito; o eterno entrou no tempo sem deixar de ser eterno.
Esta verdade não é apenas teologia abstrata – ela muda completamente nossa relação com Deus. Temos um Salvador que:
– Compreende nossas fraquezas porque as experimentou
– Tem poder para nos ajudar porque é Deus
– Pode ser nosso mediador perfeito porque une em si mesmo o divino e o humano
Jesus não é meio Deus e meio homem – Ele é totalmente Deus e totalmente homem, o único capaz de trazer o céu até nós e nos levar até o céu.
Esta pergunta, aparentemente simples, tem intrigado mentes e corações por mais de dois mil anos. Alguns O veem apenas como um grande mestre, outros como um profeta revolucionário, e há aqueles que O reconhecem como Deus.
Imagine por um momento: como seria possível que alguém fosse completamente Deus e completamente homem ao mesmo tempo? Como Aquele que criou o universo poderia chorar de fome como um bebê? Como o Eterno poderia morrer?
Estas questões não são novas. No século V, a Igreja enfrentou intensos debates sobre a natureza de Jesus Cristo. Não era apenas uma discussão acadêmica – era uma questão de vida ou morte para a fé cristã.
A Igreja precisou se reunir em importantes concílios para estabelecer estas verdades. Em 325, o Concílio de Niceia declarou a divindade de Cristo, afirmando que Ele é da mesma natureza do Pai, combatendo a heresia ariana que O considerava uma criatura. Em 381, o Concílio de Constantinopla reafirmou estas verdades e estabeleceu a doutrina da Trindade. Mas ainda havia questões a serem resolvidas sobre como a natureza divina e humana se relacionavam em Cristo, o que levou ao Concílio de Calcedônia em 451.
Afinal, se Jesus não fosse verdadeiramente Deus, como poderia nos salvar? E se não fosse verdadeiramente homem, como poderia nos representar?
Hoje, vamos mergulhar em uma das doutrinas mais fascinantes e fundamentais do cristianismo: a dupla natureza de Cristo. Vamos descobrir por que esta verdade é tão importante para nossa fé e como heresias antigas ainda afetam a igreja moderna.
Conhecer verdadeiramente quem Jesus é não é apenas uma questão de conhecimento – é a diferença entre adorar o Cristo verdadeiro ou criar um deus à nossa própria imagem.
O termo “filho” em relação a Jesus tem sido assunto de debate teológico desde o período dos Pais da Igreja. A interpretação bíblica que se faz é: Jesus é Filho Unigênito não porque foi gerado, mas sim porque é da mesma substância do Pai.
1- Por que Jesus é chamado “Filho de Deus” no Novo Testamento?
Jesus é chamado Filho de Deus no Novo Testamento porque Ele é Deus e veio de Deus.
2- O que revela a expressão “Filho de Deus” em relação a Jesus?
A expressão “Filho de Deus” revela a divindade de Cristo.
3- O que é Subordinacionismo?
O Subordinacionismo é toda doutrina que declara ser o Filho subordinado ao Pai ou um deus secundário ou menos divino que o Pai.
4- Por que o Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é o Filho de Deus?
O Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é o Filho de Deus, isso com base numa péssima interpretação, pois significaria uma relação íntima conjugal entre Deus e Maria.
5- Qual a pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová?
Eis uma boa pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová: “Jesus Cristo é uma divindade falsa ou verdadeira?”
1- No contexto islâmico. O Islamismo não considera Jesus como o Filho de Deus, mas como messias e profeta, e coloca Maomé acima dele. Nenhum cristão tem dificuldade em detectar o erro de doutrina (Ef 1.21; Fp 2.8-11). O Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é o Filho de Deus, isso com base numa péssima interpretação, pois significaria uma relação íntima conjugal entre Deus e Maria. O mais grave é que seus líderes afirmam que os cristãos pregam esse absurdo (Jd 10). Lamentamos dizer que até mesmo Satanás e os seus demônios reconhecem que Jesus é o Filho do Deus Altíssimo (Mc 5.7). A expressão “Filho de Deus” no Novo Testamento significa a sua origem e a sua identidade (Jo 8.42) e não segue o mesmo padrão de reprodução humana. Jesus foi concebido pelo Espírito Santo (Mt 1.18, 20; Lc 1.35).
2- O movimento das Testemunhas de Jeová. Este confessa publicamente que crê na existência de vários deuses: o Deus Todo-poderoso, Jeová; depois o deus poderoso, Jesus; e em seguida outros deuses menores, incluindo bons e maus. Mas a fé cristã não admite a existência de outros deuses. É verdade que a Bíblia faz menção de deuses falsos. Se são falsos, não podem ser Deus (Gl 4.8). Declara o apóstolo Paulo: “todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1 Co 8.6). Eis uma boa pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová: “Jesus Cristo é uma divindade falsa ou verdadeira?” Se a resposta for positiva, elas são obrigadas a reconhecer a divindade de Jesus e a Trindade; mas, se a resposta delas for negativa, elas estão admitindo que são seguidoras de um deus falso.
O Subordinacionismo se apresenta no contexto islâmico e das Testemunhas de Jeová.
1- Orígenes. O Subordinacionismo é toda doutrina que declara ser o Filho subordinado ao Pai ou um deus secundário ou menos divino que o Pai. Os monarquianismo dinâmicos, ou acionistas, e os arianistas são os principais representantes dessa heresia. Mas Orígenes (185-254), foi o seu principal mentor. Há, na vastíssima e complexa produção literária de Orígenes, ideias de acordo e contrárias à ortodoxia da igreja, como também ideias neoplatônicas e obscuras de modo que, desde a antiguidade, os estudiosos do assunto estão divididos. Ele exerceu grande influência no Oriente por mais de 100 anos. Nas controvérsias em Nicéia, havia os que apoiavam Ário usando Orígenes como base; como também os que apoiavam Alexandre, opositor de Ário, também se baseando no mesmo Orígenes. Segundo seus críticos, parece que a Trindade defendida por ele era subordinacionista: o Filho subordinado ao Pai e o Espírito Santo subordinado ao Filho. No entanto, a Bíblia revela a igualdade das três pessoas da Trindade (Mt 28.19; 2 Co 13.13).
2- No período pré-niceno. O Subordinacionismo foi, nos Séculos II e III, uma tentativa, ainda que equivocada, de preservar o monoteísmo, mas que negou a divindade absoluta de Jesus. Seus expoentes consideravam Cristo como Filho de Deus, inferior ao Pai. Eles afirmavam que o próprio Cristo declarava a sua inferioridade, e isso eles o faziam com base numa exegese ruim e numa interpretação fora do contexto de algumas passagens dos Evangelhos.
3- Métodos usados pelos subordinacionistas. Já estudamos, até agora, o ensino bíblico sobre Jesus como o verdadeiro homem e ao mesmo tempo o verdadeiro Deus. Somente Ele é assim, e ninguém mais no céu e na terra possui essa característica (Rm 1.1-4; 9.5). No entanto, os subordinacionistas pinçam as Escrituras aqui e ali se utilizando das passagens do Novo Testamento que apresentam o Senhor Jesus como homem e descartam e desconsideram as que afirmam ser Jesus o Deus igual ao Pai.
O Subordinacionismo afirma ser o Filho subordinado ao Pai, sendo, portanto, um deus secundário.
“A PALAVRA NA ETERNIDADE (1.1-5)
Os versículos 1 a 4 narram o estado preexistente de Jesus e como Ele agia no plano eterno de Deus. ‘No princípio’ (v.1a) fala da existência eterna da Palavra (o Verbo). As duas frases seguintes expressam a divindade de Jesus e sua relação com Deus Pai. Esta relação é uma dinâmica na qual constantemente são trocadas comunicação e comunhão dentro da deidade. O versículo 2 resume o versículo 1 e prepara para a atividade divina fora da relação da deidade no versículo 3. No versículo 4 Ele é o Criador mediado. O uso da preposição ‘por’ informa o leitor com precisão que o Criador original era Deus Pai que criou todas as coisas pela Palavra. Os verbos que João usa nestes versículos fazem distinção entre o Criador não-criado, a Palavra (o Verbo) e a ordem criada. Numa boa tradução, a ARC observa esta distinção: a Palavra (o Verbo) ‘era’ mas todas as coisas foram feitas. O versículo 4 conta várias coisas para o leitor:
1) A Palavra divina, como Deus Pai, tem vida em si mesma, vida inchada (ou seja, é a fonte da vida eterna).
2) Esta vida revelou a pessoa e natureza de Deus para todas as pessoas. 3) ‘Luz’ neste ponto pertence à revelação autorizada e autêntica de Deus […]’” (ARRINGTON, F. L; STRONSTAD, R. (eds.) Comentário Bíblico Pente- costal: Novo Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.496).
1- Ideia de filho. O conceito de filho no pensamento judaico implica a igualdade com o pai (Mt 23.29-31). Uma das ideias de filho na Bíblia é a identidade de natureza, isso pode ser visto no paralelismo poético do salmista: “que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?” (Sl 8.4). Esse paralelismo é sinonímico em que o poeta diz algo e em seguida repete esse pensamento em outras palavras. A ideia de “homem mortal” é repetida em “filho do homem”. Outro exemplo encontramos nas palavras de Jesus: “Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas” (Mt 23.31). Isso porque os escribas e fariseus consideravam os matadores dos profetas como seus pais (Mt 23.29,30).
2- Significado teológico. Indica igualdade de natureza, ou seja, mesma substância. É o que acontece com Jesus, Ele é chamado Filho de Deus no Novo Testamento porque Ele é Deus e veio de Deus. Jesus mesmo disse: “eu saí e vim de Deus” (Jo 8.42); “Saí do Pai e vim ao mundo; outra vez, deixo o mundo e vou para o Pai” (Jo 16.28). Quando Jesus declarou: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17), estava declarando que Deus é seu Pai; no entanto, os seus interlocutores entendem com clareza meridiana que Jesus estava reafirmando a sua deidade, pois: “dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 5.18).
3- O Filho é Deus. Filho de Deus é uma expressão bíblica para referir-se à relação única do Filho Unigênito com o Pai. A expressão “Filho de Deus” revela a divindade de Cristo. Essa verdade está mais clara na Bíblia que o sol do meio-dia. Por isso, é estranho como pode haver tantos debates sobre o tema. O texto sagrado: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino” (Hb 1.8) é o mais crucial, pois é uma citação direta de Salmos 45.6,7. É importante prestar melhor atenção naquelas passagens conhecidas dos crentes: “O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de equidade. Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros” (Sl 45.6,7). Que história é essa de o Deus do versículo 7 estar ungindo o Deus do versículo 6? Isso tem intrigado alguns rabinos desde a antiguidade. Mas, a Epístola aos Hebreus traz a explicação e revela que Deus nessa passagem é uma referência a Jesus. A explicação está em Hebreus 1.8, trata-se do relacionamento entre o Pai e o Filho e que a unidade de Deus é plural.
A doutrina bíblica mostra a relação de unidade entre Deus Pai e seu Filho Unigênito.
“FILIAÇÃO DE CRISTO
Três principais pontos de vista são apresentados quanto à filiação de Cristo:
1- Criação em uma época passada. Esse foi o ponto de vista de Ário ao argumentar que Jesus Cristo foi criado em uma época passada, à semelhança de Deus Pai, e é homoioitsios com Ele (isto é, de substância similar) […].
2- Geração eterna. Orígenes e outros que sustentaram essa opinião consideravam a palavra grega monogenes como derivada de gen-nao, ‘gerar’ (vários tradutores seguiram os seus passos), e traduziram o termo como “Unigênito” (Jo 1.14,18; 3.16,18; Hb 11.17; 1 Jo 4.9). No entanto, trata-se na verdade de um derivado de genos e, portanto, significa ‘único’ ou ‘único do seu gênero’. Por causa disso, a Bíblia Francesa o traduz como ‘Son Fils Unique’, o que significa ‘o seu único Filho’ (veja NASB marg. em João 3.16,18). Em Hebreus 11.17, com referência a Isaque, monogenes deve significar “único”, porque Abraão teve outros filhos (Ismael e os filhos de Quetura).
3- O Filho Único de Deus. Esta opinião tem o apoio dos argumentos acima. Exemplos de tal uso podem ser encontrados na expressão hebraica do Antigo Testamento: ‘filhos de…’, que significa ‘da ordem de…’ em frases como ‘filhos dos profetas’ (1 Rs 20.35; 2 Rs 2.3,5,7,15; 4.38; 5.22 etc.); ‘filho de um dos boticários’ (Ne 3.8); ‘filhos dos cantores’ (Ne 12.28). A partir daí pode-se compreender como os contemporâneos do Senhor Jesus Cristo no Novo Testamento entenderam a sua declaração de que Ele era o Filho de Deus, significando que Ele afirmava ser igual a Deus, ou o próprio Deus. O Evangelho de João mostra que este é o caso” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.802).
Essa porção bíblica do Evangelho de João é uma das mais contundentes em mostrar que o Filho é igual ao Pai. Afirmar que Jesus é o Filho de Deus, mas não o próprio Deus, é uma contradição em si mesma. O embate de Jesus com os religiosos do templo de Jerusalém revela essa verdade. É isso que a presente lição pretende mostrar e explicar com sólidos fundamentos escriturísticos.
1- INTRODUÇÃO
Aproveite a oportunidade desta aula para esclarecer alguns termos teológicos que surgem em face do tema estudado, como por exemplo: Subordinacionismo, Trindade, Consubstancialidade etc. Para isso, recomendamos que você tenha e, se possível, sempre leve para a classe um bom Dicionário Bíblico. Por meio de atividades de pesquisa, seus alunos têm a sede de conhecimento aguçada, além de aprenderem a como utilizar ferramentas de busca confiáveis para melhor estudar e compreender a Palavra de Deus.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Mostrar a doutrina bíblica da relação entre Deus Pai e o Filho Unigênito;
II) Refutar biblicamente a heresia do Subordinacionismo;
III) Exemplificar como o Subordinacionismo está presente na atualidade.
B) Motivação: Desde os tempos mais remotos, conhecer o Criador é um anseio do coração humano. Há inúmeros registros históricos, por diversas civilizações, ao longo dos séculos, atestando isso. Jesus disse que aprouve ao Pai ocultar dos sábios e instruídos sua grandeza e revelá-la aos pequeninos. Pois que, “ninguém conhece o Filho, se não o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar” (Mt 11.27). Aprofundarmo-nos, portanto, nessa infinita graça e riqueza de conhecer o Deus Todo-Poderoso, por meio do Filho, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
C) Sugestão de Método: Previamente, providencie pelo menos três dicionários, de preferência bíblicos, ou mesmo comuns da Língua Portuguesa. Dada a profundidade e complexidade do tema, sugerimos a leitura do significado de alguns termos a fim de clarificar e aprofundar o entendimento; tais como: Autoridade, Essência, Filho, Subordinacionismo, Trindade, Unigênito etc. Deixe tais palavras destacadas e peça que alguns voluntários as leiam em momentos-chave da lição.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Em toda a Sagrada Escritura observamos a perfeita unidade na pluralidade de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Essa plena harmonia, igualdade de essência e autoridade entre as pessoas da Trindade, é enfatizada no
Novo Testamento, funcionando, inclusive, como modelo de comunhão para a Igreja de Cristo, na qual cada membro está ligado uns aos outros.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Filiação de Cristo”, logo após o primeiro tópico, dá um panorama das interpretações teológicas acerca da natureza do Filho de Deus; 2) O texto “A Palavra na Eternidade”, ao final do segundo tópico, aprofunda a natureza eterna de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
1- Arianismo. Os primeiros a negarem a divindade de Jesus foram os ebionitas, seguidos pelos monarquianistas dinâmicos, mas a heresia principal que abalou os fundamentos da igreja foi o Arianismo. O termo “arianismo” vem de Ário, o expoente dessa doutrina em Alexandria a partir do ano 318. Ele negava a divindade de Cristo e o considerava como um deus de segunda categoria. Ário rejeitava a eternidade do Verbo; embora defendesse sua existência antes da encarnação, recusava que fosse Ele eterno com o Pai, insistindo na tese de que o Verbo foi criado como primeira criatura de Deus. A palavra de ordem arianista era: “houve tempo que o Verbo não existia”.
2- Suas explicações. Ário e seus seguidores pinçavam as Escrituras aqui e acolá em busca de algumas passagens bíblicas para dar sustentação às suas crenças. Seguem algumas delas, as mais emblemáticas: “O Senhor me criou no princípio dos seus caminhos” (Pv 8.22 – LXX); “o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1.15); “houve tempo em que o Filho não existia”. Outra passagem favorita era: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Com isso ignoravam todo o pensamento bíblico que defende a eternidade e a deidade de Cristo (Jo 1.1-3).
3- Como solucionar a controvérsia? A tradução “criou” de Provérbios 8.22 da Septuaginta é opcional, pois o verbo hebraico nessa passagem é qānâ, “obter, adquirir, criar”, mas o sentido de “criar” para “trazer à existência algo do nada” é o verbo bārā’, como em Gênesis 1.1. O texto de Colossenses 1.15 diz que Jesus é o primogênito de toda a criação, e não o primogênito de Deus. A palavra prototokos, “primogênito, primeiro, chefe”, foi usada pelos escritores sagrados com o sentido de importância, prioridade, posição, primazia, preeminência (Cl 1.15-18). Ou seja, Jesus encarnado tem a primazia na criação, é a imagem do Deus invisível porque é Deus. Conhecer a Deus (Jo 17.3) é o mesmo que conhecer a Cristo, em virtude da unidade de natureza do Pai e do Filho (Jo 10.30).
Ário negava a divindade de Cristo e o considerava como um deus de segunda categoria.
“ARIANISMO E O CONCÍLIO DE NICEIA E DE CONSTANTINOPLA
Arianismo foi a heresia fermentada por um presbítero do 4º século chamado Ário. Negando a divindade de Cristo, ensinava ele ser Jesus o mais elevado dos seres criados. Todavia, não era Deus. Por este motivo, seria impropriedade referir-se a Cristo como se fora um ente divino. Para fundamentar seus devaneios doutrinários, buscava desautorizar o Evangelho de João por ser o propósito desta Escritura, justamente, mostrar que Jesus Cristo era, de fato, o Filho de Deus. Os ensinos de Ário foram condenados no Concílio de Niceia em 325. […] O primeiro concílio ecumênico da história, convocado pelo imperador Constantino, teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a cristandade. Problemas esses causados pelo arianismo” (ANDRADE, Claudionor. Dicionário Teológico. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.52,88-9).
Diante do exposto, a conclusão bíblica é que somente Deus pode salvar, somente Ele é o Salvador (Is 45.21). Se o Senhor Jesus não é Deus, logo não pode ser salvador, então negar a divindade de Jesus é negar a salvação.
1- Como a Bíblia revela Jesus como o verdadeiro Deus?
“E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20, NAA).
2- Quais os primeiros grupos religiosos da história a negarem a divindade de Jesus?
Os ebionitas, os monarquianistas dinâmicos, os arianistas.
3- Cite três passagens bíblicas adulteradas na Tradução do Novo Mundo para negar a divindade de Jesus.
João 1.1; Tito 2.13; 2 Pedro 1.1.
4- Cite três grupos religiosos da atualidade que negam a divindade de Jesus.
As Testemunhas de Jeová, os Hare Krishna e os muçulmanos.
5- Qual o ponto mais crucial do Arianismo?
Negar a divindade de Cristo é negar a salvação (Rm 10.9).
Monista: partidário do Monismo; concepção que remonta ao eleatismo grego, segundo a qual a realidade é constituída por um princípio único, um fundamento elementar, sendo os múltiplos seres redutíveis em última instância a essa unidade.
LXX: Septuaginta
1- A Tradução do Novo Mundo. A exemplo do Arianismo, há um movimento religioso que usa a Bíblia fora do contexto por meio de uma versão exclusiva das Escrituras, denominada de Tradução do Novo Mundo. Trata-se de uma versão tendenciosa. Veja alguns exemplos de suas falsificações: “e a Palavra era um deus” (Jo 1.1), “deus” com “d” minúsculo, visto que o texto correto é: “e a Palavra era Deus” ou “e o Verbo era Deus”. O texto sagrado declara: “grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13); “nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1); essas passagens falam textualmente que Jesus é Deus. Entretanto, a Tradução do Novo Mundo diz: “do grande Deus e do nosso Salvador, Jesus Cristo”; “do nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”. Mudaram o texto sagrado acrescentando um “do”, onde não existe no texto grego para desvincular a divindade de Jesus.
2- Os movimentos orientais. Nenhum deles reconhece a divindade de Jesus e para os panteístas monistas não existe Trindade e nem Jesus. O movimento Hare Krishna, por exemplo, nega a divindade de Jesus e nem acredita que Ele seja o Salvador, pois vê o Senhor Jesus como um mero guia espiritual e uma das inúmeras encarnações de Krishna.
3- Outros grupos. O Jesus do Alcorão é um mero mensageiro, não é reconhecido como Deus, nem como o Filho de Deus, nem como Salvador, nem morreu e nem ressuscitou. As religiões reencanacionistas recusam a deidade absoluta de Jesus, a sua ressurreição dentre os mortos e não reconhecem a sua singularidade. O Jesus deles não passa de mais um médium ou um dos grandes mestres e filósofos. No entanto, a Bíblia nos mostra que Jesus é muito mais (Ef 1.21; Hb 7.26), é o Deus em forma humana (Rm 9.5).
Grupos religiosos negam a divindade de Cristo alterando o texto sagrado.
1- Jesus é Deus. O Novo Testamento é direto quanto à natureza divina de Jesus: “E o Verbo era Deus” (Jo 1.1); “Ao que Tomé lhe respondeu: – Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28); “mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo” (Fp 2.6, NAA); “para conhecimento do mistério de Deus, que é Cristo” (Cl 2.2, NAA); “e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 2.13, NAA); “aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1, NAA); “E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20, NAA).
2- Seus atributos absolutos. Os atributos são perfeições próprias da essência de Deus. Os atributos absolutos ou incomunicáveis são exclusivos da divindade como onipotência, eternidade, onisciência e onipresença. A onipotência significa “ter todo poder, ser todo-poderoso”, Jesus é onipotente (Mt 28.18; Ef 1,21; Ap 1.8). Ele é eterno (Is 9.6; Mq 5.2; Hb 13.8). “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1) indica que Ele já existia antes mesmo da criação com o Pai (Gn 1.1). A onipresença é o poder de estar em todos os lugares ao mesmo tempo, Jesus é onipresente (Mt 18.20; 28.20). Α onisciência é o conhecimento perfeito e absoluto que Deus possui de todas as coisas, de todos os eventos e de todas as circunstâncias por toda a eternidade passada e futura. Jesus possui esse atributo (Mt 17.27; Jo 1.47, 48; 2.24, 25; 4.17, 18; 16.30; 21.17).
A Bíblia demonstra claramente a natureza divina de Jesus Cristo, bem como seus atributos.
“O FILHO É DEUS
O Senhor Jesus Cristo é, desde a eternidade, o único Filho de Deus e possui a mesma natureza do Pai, como afirmam os credos: ‘consubstancial com o Pai’, em grego, homooúsion to patrí, que significa ‘da mesma substância com o Pai’, qualifica a unidade de essência do Pai e do Filho. Jesus disse: ‘Eu e o Pai somos um’ (Jo 10.30). Ele é a segunda pessoa da Trindade e que foi enviado pelo Pai ao mundo. Ensinamos que o Filho se fez carne, possuindo agora duas naturezas, a divina e a humana, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Acreditamos em sua concepção sem pecado no ventre da vir- gem Maria. Negamos que tenha sido criado ou passado a existir somente depois que foi gerado por obra do Espírito Santo. Confessamos que o Filho é autoexistente (Jo 5.26; 8.58) e eterno, que voluntariamente se sujeita ao Pai. Que, em obediência ao plano do Pai, morreu e ressuscitou para que o mundo fosse salvo” (Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.43).
O apóstolo João, como judeu monoteísta instruído na sinagoga, não está apresentando um novo Deus, mas colocando o Verbo dentro da divindade dos seus antepassados. O apóstolo não admitia, em hipótese alguma, outra divindade, senão só, e somente só, o Deus Javé de Israel (Mc 12.28-30). Por isso, no prólogo do seu Evangelho ele descreve o Verbo com os atributos da deidade, aqueles que mais se destacam no seu relato do começo ao fim.
1- INTRODUÇÃO
A divindade de Cristo é revelada em toda a Bíblia, não apenas no Novo Testamento. Isaías, o profeta messiânico, anunciou aproximadamente em 735 a.C. a vinda miraculosa do Emanuel, cuja tradução literal é “Deus conosco” (Is 7.14). Jesus, o Deus encarnado, veio como o prometido, cumprindo toda a Escritura.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Demonstrar na Bíblia a natureza divina de Jesus;
II) Explicar a heresia do Arianismo;
III) Apresentar as implicações do Arianismo na atualidade.
B) Motivação: Jesus disse que só os que permanecessem em sua Palavra seriam de fato seus discípulos; e então “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.31,32). Sabemos que Cristo é a verdade (Jo 14.6). Por isso, é crucial conhecermos a Palavra encarnada.
C) Sugestão de Método: Aproveite as inúmeras referências bíblicas como embasamento dessa lição para envolver a classe no decorrer da aula. Previamente, você pode colocar as referências que considera de leitura essencial para o debate em classe, separadamente, em tiras de papel e sorteá-las no início da aula para os alunos voluntários as lerem quando você solicitar.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Para além do conhecimento teológico sobre a divindade de Cristo, devemos viver em coerência com os ensinamentos dEle; seguirmos os seus passos, proclamar o Reino de Deus com o nosso viver diário.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “O Filho é Deus”, após o primeiro tópico, enfatiza a fundamentação bíblica sobre a divindade de Jesus;
2) O texto “Arianismo e o Concílio de Nicéia e de Constantinopla”, ao final do segundo tópico, resume a origem do Arianismo e o posicionamento da Igreja para combatê-lo.
A introdução do Credo de Atanásio resume a doutrina da Trindade: “Todo aquele que quer ser salvo, antes de tudo, deve professar a fé cristã. A qual é preciso que cada um guarde perfeita e inviolada ou terá com certeza de perecer para sempre. A fé cristã é esta: que adoremos um Deus em Trindade, e Trindade em unidade; Não confundimos as Pessoas, nem separamos a substância”. O problema é que os Unitaristas separam a substância e os Unicistas confundem as pessoas, e assim creem num Deus distinto do que é apresentado pela Bíblia.
1- O que indica o termo ‘echad em Deuteronômio 6.4?
O termo ‘echad, em Deuteronômio 6.4, indica que o monoteísmo judaico- -cristão não contradiz a Trindade.
2- Cite quatro evidências no Antigo Testamento em favor da Trindade.
“Façamos o homem à nossa imagem” (Gn 1.26); “Eis que o homem é como um de nós” (Gn 3.22); “desçamos e confundamos ali a sua língua…” (Gn 11.6,7, o Espírito Santo aparece alternadamente com Javé e com o “Anjo de sua face” (Is 63.8-14).
3- Quais as passagens do Novo Testamento mais contundentes em favor da Trindade?
A Grande Comissão (Mt 28.19), a distribuição dos dons espirituais (1 Co 12.4-6), a bênção trinitariana (2 Co 13.13), a unidade da igreja (Ef 4.4-6), a obra da salvação (1 Pe 1.2).
4- Em que consiste o Unicismo e quais os principais heresiarcas dessa heresia?
A heresia consiste em negar a Trindade. Os principais heresiarcas representantes desse movimento foram Noeto, Práxeas e Sabélio.
5- O que João 17.3 mostra em relação à salvação?
Essa passagem mostra que a salvação envolve duas pessoas distintas e que conhecimento não é cognoscível, mas místico, que implica comunhão, fé, obediência, adoração.
VOCABULÁRIO
Cognoscível: que pode ser conhecido.
1- O problema. Na atualidade, existem alguns movimentos evangélicos pentecostais que são unicistas e ensinam a respeito de um Deus diferente. De forma sutil e por meio da música, esses unicistas ensinam esse desvio doutrinário sobre Deus. Isso não é um mero jogo de palavras. Jesus disse que a vida eterna implica esta distinção: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Essa passagem mostra que a salvação envolve duas pessoas distintas e que esse conhecimento não é cognoscível, mas místico, espiritual, que implica comunhão, fé, obediência, adoração. Conhecer a Deus é o mesmo que conhecer a Cristo, em virtude da unidade de natureza do Pai e do Filho (Jo 10.30). Jesus disse que ninguém conhece o Filho sem o Pai e vice-versa (Mt 11.27).
2- Uma reflexão bíblica. O que dizer de pessoas convertidas por meio do ministério dessas músicas unicistas? O poder é da Palavra, e não do tal movimento, a Palavra de Deus é a semente, mesmo sendo semeada por mãos enfermas e infeccionadas, a semente vai germinar. Jesus falou sobre isso no Sermão do Monte (Mt 7.21-23). Alguns podem dizer que se sentem bem ao ouvir tais músicas. Assim, convém lembrar que ninguém está autorizado a fundar doutrinas com base em experiências humanas. As emoções caíram com a natureza humana no Éden (Jr 17.9), e não servem como instrumento aferidor da doutrina. A Bíblia é a única fonte de doutrina e não as nossas emoções, pois somos norteados pela Palavra na direção do Espírito (2 Pe 1.19; Jo 16.13).
3- A posição oficial. O Unicismo é condenado na Bíblia, considerado heresia pelas igrejas desde a sua origem e rejeitado pelos principais ramos do cristianismo e pela nossa Declaração de Fé (III.2). Temos um manifesto oficial contra o Unicismo e o uso de músicas de grupos unicistas em nossas igrejas. A maioria de nossa liderança tem se posicionado contra essa heresia. A importância dessa decisão é para evitar que se adore a outro Jesus, um Jesus falso, diferente do revelado no Novo Testamento (2 Co 11.4.). Mas devemos destacar que não somos contra os unicistas, mas contra o unicismo, a doutrina desviante. Devemos manter contato respeitoso no nosso dia a dia com essas pessoas, embora discordando de suas crenças com mansidão (2 Jo 10,11).
O Unicismo, embora seja uma heresia antiga, também está presente na atualidade.
“NEGAÇÃO AO UNICISMO, UNITARISMO E TRITEÍSMO.
Negamos o unicismo sabelianista e moderno, ou seja, que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam três modos de uma mesma pessoa divina, porque está escrito que as três pessoas são distintas. Negamos também o unitarismo, pois essa doutrina afirma que somente o Pai é Deus, negando, assim, a divindade do Filho e do Espírito Santo, ao passo que as Escrituras Sagradas ensinam a divindade do Filho e do Espírito Santo. Também negamos o triteísmo, ou seja, que existam três deuses separados, pois a Bíblia revela a existência de um único Deus verdadeiro: ‘há um só Deus e que não há outro além dele’ (Mc 12.32); ‘todavia, para nós há um só Deus’ (1 Co 8.6). Essa doutrina monoteísta tem implicação para a salvação: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3)” (Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.41).
São duas as principais heresias contra a Trindade: o Unicismo e o Unitarismo. Ambas são contrárias à Bíblia, condenadas pelas igrejas antigas e rejeitadas pelos principais ramos do Cristianismo. Nesta lição, trataremos do Unicismo.
1- O Unicismo. Esse movimento desde a sua origem no século 3 é conhecido como monarquianismo, modalismo, patripassianismo e sabelianismo. Os principais heresiarcas representantes desse movimento foram Noeto, Práxeas e Sabélio. O Unicismo não nega a deidade absoluta do Filho e nem a do Espírito Santo, mas negam a Trindade, pois confundem as pessoas. A heresia consiste em negar a Trindade, pois ensina ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo uma única pessoa e não três pessoas distintas em uma só divindade. A Bíblia ensina o monoteísmo, ou seja, a existência de um só e único Deus eternamente subsistente em três pessoas distintas (Mt 3.16,17; 1 Pe 1.2). É como afirma o nosso Cremos em nossa Declaração de Fé.
2- A verdade bíblica. Ninguém no mundo chega à conclusão unicista simplesmente pela leitura da Bíblia, pelo contrário, salta à vista de qualquer leitor a distinção dessas três pessoas da Trindade, a começar pelo batismo de Jesus (Mt 3.16). Diversas vezes Jesus deixou claro que Ele é uma Pessoa e o Pai outra (Jo 8.16, 17; 17.3), embora sejam Eles o mesmo Deus (Jo 10.30). Com frequência, Ele se dirigia ao Pai como outra Pessoa (Mt 20.23; Mt 26.39, 42); também, nos seus discursos (Jo 5.18- 23; 8.19; 10.18; 11.41, 42); e, na oração sacerdotal em João 17. Trata-se de um relacionamento do tipo eu, tu, ele. Quando Jesus anuncia a vinda do Consolador, Ele emprega a terceira pessoa (Jo 14.16,26). A Bíblia ensina que Jesus é “o Filho do Pai” e não o próprio Pai (2 Jo 3). Isso significa que não pode ser o próprio Pai do mesmo Filho.
“A TRINDADE: É POSSÍVEL QUE DEUS SEJA, AO MESMO TEMPO, UM E TRÊS?
A crença de que um Deus único existe eternamente em três pessoas é conhecida como a doutrina da Trindade. E esta doutrina tem um importante papel na fé cristã. Na verdade, a doutrina da encarnação que afirma que Jesus, como Deus, tornou-se um homem, e que Ele é, portanto, plenamente divino e plenamente humano – pressupõe essa crença. Esta última doutrina está no âmago da fé cristã.” Amplie mais o conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Apologia Cristã, editada pela CPAD, p.1535.
O Unicismo e o Unitarismo são duas das principais heresias sobre a Trindade, condenadas biblicamente.
“O CONCEITO DO DEUS TRINO E UNO
Acha-se somente na tradição judaico-cristã. Esse conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios deste mundo, mas através da revelação outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Em todos os escritos dos apóstolos, a Trindade é implícita e tomada como certa (Ef 1.1-14; 1Pe 1.2). Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo existem eternamente como três Pessoas distintas, mas as Escrituras também revelam a unidade dos três membros da Deidade. As Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22.42; 1Co 12.11). O Pai fala ao Filho, empregando o pronome da segunda pessoa do singular: ‘Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido’ (Lc 3.22). Declara que veio ‘não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou (Jo 6.38)” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.162-63).
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Embora a palavra “Trindade” não esteja escrita na Bíblia, o seu conceito é evidenciado por toda a Escritura; desde o início da Criação, narrado no Antigo Testamento, até a revelação das últimas coisas, presente no Apocalipse. Dessa forma sabemos que essa doutrina não é irrelevante.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Demonstrar como a Bíblia apresenta a Trindade;
II) Indicar as principais heresias sobre a doutrina da Trindade;
III) Explicar os perigos do Unicismo na atualidade.
B) Motivação: Por mais elaborada e robusta que seja a explicação teológica sobre o Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo diferentes, mas iguais em majestade e poder; três, porém, um -, o Criador continuará a transcender o entendimento da criatura.
C) Sugestão de Método: Deus é transcendente; os seus pensamentos estão muito acima de nossa compreensão, quiçá a sua essência. Por isso, ao introduzir esta aula, compartilhe com a classe essa reflexão, a partir de 1 Coríntios 13.12, mostrando que agora vemos em parte, mas um dia o conheceremos como somos conhecidos.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Foi do agrado do Deus Todo-Poderoso se revelar aos pequeninos com todo esplendor de sua natureza triúna. Portanto, não percamos a oportunidade de nos relacionar com o Deus Pai, com o nosso Salvador Jesus Cristo, o Filho, e o Espírito Santo Consolador.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “O conceito do Deus Trino e Uno”, localizado depois do segundo tópico, ressalta a distinção na unidade das três pessoas da Trindade;
2) O texto “Negação ao unicismo, unitarismo e triteísmo“, ao final do terceiro tópico, aprofunda a explicação apresentada, refutando-a biblicamente.
1- A Trindade e o monoteísmo judaico-cristão. As Escrituras ensinam que o Deus de Israel, revelado nas Escrituras dos judeus (Dt 6.4; 2 Rs 19.15; Ne 9.6; Sl 83.18; 86.10), é o mesmo Deus do Novo Testamento (Mc 12.29 32).
a) Cada uma das três pessoas é chamada “Deus”. A mesma Bíblia que ensina haver um só Deus, e que Deus é um só, ensina também que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. O nome “Deus” se aplica ao Pai sozinho (Fp 2.11), da mesma forma ao Filho (Cl 2.9) e ao Espírito Santo (At 5.3-4).
b) Cada uma das três pessoas é cada “Senhor”. Isso também ocorre com o Tetragrama (as quatro consoantes do nome divino Yhwh), “senhor”, pois aplica-se ao Pai sozinho (Sl 110.1), ao Filho (Is 4o.3; Mt 3.3), e ao Espírito Santo (Ez 8.1,3). No entanto, aplica-se à Trindade (Dt 6.4; Sl 83.18).
c) O monoteísmo bíblico não contradiz a Trindade. “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4). Essa é a confissão de fé no Judaísmo. A palavra hebraica ‘echad, traduzida como “único”, indica uma unidade composta, é o mesmo termo usado para afirmar que marido e mulher são ambos “uma só carne” (Gn 2.24). O termo ‘echad, em Deuteronômio 6.4, indica que o monoteísmo judaico-cristão não contradiz a Trindade.
2- Evidência no Antigo Testamento. Essa doutrina está implícita desde o Antigo Testamento, pois há declarações que indicam claramente a pluralidade na unidade de Deus: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26); “disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós” (Gn 3.22); “e o Senhor disse: … Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro” (Gn 11.6,7). E, não para por aí, em Isaías 63.8-14, o Espírito Santo aparece alternadamente com Javé e com o “Anjo de sua face”.
3- Revelada no Novo Testamento. A Trindade bíblica, ou seja, a Trindade em si mesma, pregada pelos cristãos, consiste em um só Deus que subsiste eternamente em três Pessoas distintas.
a) A Trindade em si mesma. A base bíblica da Trindade salta à vista de qualquer leitor do Novo Testamento a começar pela Grande Comissão (Mt 28.19), na distribuição dos dons espirituais (1 Co 12.4-6), na bênção apostólica, também conhecida como bênção trinitária (2 Co 13.13), na unidade da igreja (Ef 4.4-6), na obra da salvação (1 Pe 1.2). Além das inúmeras passagens tripartivas que revelam a Trindade (Fp 3.3).
b) A Trindade dos credos. A Trindade é a união de três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo em uma só Divindade, iguais em poder, glória, majestade e eternidade, da mesma substância, embora distintas.
SINOPSE I
Embora o termo “Trindade” não esteja nas Escrituras, seu conceito e doutrina são demonstrados por toda a Bíblia.
O Novo Testamento mostra que os cristãos do período apostólico reconheciam o seu Deus como triúno sem precisar de formulação teológica, recurso a que a igreja mais tarde precisou recorrer para responder às ideias equivocadas sobre Deus. A Trindade é uma doutrina com sólidos fundamentos bíblicos e, mesmo sem conhecer essa terminologia, a “Trindade”, os cristãos do período apostólico reconheciam essa verdade.